Dá-se o nome de Restauração ao regresso de Portugal à sua completa independência em relação a Castela em 1640, depois de sessenta anos de regime de monarquia dualista (1580-1640) em que as coroas dos dois países couberam ambas a Filipe II, Filipe III e Filipe IV de Castela.
[...]
Soadas as nove horas, dirigiram-se os fidalgos para a escadaria e subiram por ela a toda a pressa. Um grupo especial, composto por Jorge de Melo, Estêvão da Cunha, António de Melo, padre Nicolau da Maia e alguns populares, tinha por objectivo assaltar o forte contíguo ao palácio e dominar a guarnição castelhana, apenas os que deveriam investir no paço iniciassem o seu ataque. Estes rapidamente venceram a resistência dos alabardeiros que acudiram ao perigo e D. Miguel de Almeida assomou a uma varanda de onde falou ao povo. Estava restaurada a independência…
1 de Dezembro de 1640 foi a data da restauração da independência de Portugal face ao reino de Espanha. Terminava assim a dinastia filipina, que durante 60 anos governara Portugal. D. João IV foi aclamado rei a 15 de Dezembro.
D. João IV. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-11-30]. Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$d.-joao-iv>.
"Assentaram por conclusão que sábado, primeiro de Dezembro, com o menor rumor que fosse possível, se achassem todos juntos no paço, repartidos em vários postos, e que, tanto que o relógio desse nove horas, saíssem das carroças ao mesmo tempo. Sem haver dos confederados quem se arrependesse da determinação, ocuparam todos os postos destinados. Impacientes esperavam as nove horas, e como nunca o relógio lhes pareceu mais vagaroso, assim que deu a primeira e sem aguardarem a última, arrebatados do generoso impulso, saíram todos das carroças e avançaram ao paço. Neste tempo andava D. Miguel de Almeida, venerável e brioso, com a espada na mão gritando:
— Liberdade, portugueses! Viva El-Rei D. João, o Quarto!"
D. Luís de Meneses em História de Portugal Restaurado (adaptação)
Restauração da independência de Portugal (1640). In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-11-30]. Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$restauracao-da-independencia-de-portugal>.
Painel de azulejos do Palácio Galveias (Câmara Municipal de Lisboa)
Em 1640, quando a burguesia e a aristrocia portuguesas, descontentes com o domínio castelhano sobre Portugal, quiseram restaurar a dinastia portuguesa, chamaram o então Duque de Bragança para encabeçar a causa.
No dia 1 de Dezembro de 1640, eclodiu por fim em Lisboa a revolta, imediatamente apoiada por muitas comunidades urbanas e concelhos rurais de todo o país, levando à instauração no trono de Portugal da Casa de Bragança, dando o poder reinante a D. João IV, o antigo Duque de Bragança.
No dia 1º de Dezembro, de manhã muito cedo, dirigiram-se os fidalgos (os conjurados) e os seus criados, todos bem armados, ao Paço da Ribeira, aonde, rompendo por ele dentro, entraram nos aposentos da princesa regente, a vice-rainha Margarida Gonzaga, duquesa viúva de Mântua, prima do rei Habsburgo, que facilmente dominaram, passando a procurar então a Miguel de Vasconcelos, o português traidor secretário de Estado, aliado do valido castelhano Olivares no seu recente projecto de anexação de Portugal e outros reinos a Castela.
Rapidamente venceram a resistência dos alabardeiros que acudiram ao perigo e D. Miguel de Almeida assomou a uma varanda de onde falou ao povo. Estava restaurada a independência…
E para saber um pouco mais...consulte a obra História de Portugal de Veríssimo Serrão, concretamente o volume intitulado História de Portugal - Vol. V - (1640-1750) A Restauração e a Monarquia Absoluta , existente na nossa biblioteca.
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