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Biblioteca Escolar / Centro de Recursos da ESSMO

O importante não é onde chegas, mas o caminho que percorres.

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O importante não é onde chegas, mas o caminho que percorres.

Citação do dia

Adeus, Luis (Sepúlveda)! Até sempre!

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O vírus Covid-19 levou-nos Luis Sepúlveda. Mas nós ficaremos para sempre com as suas palavras, os seus textos, os seus livros.

O escritor de livros tão encantadores como "O velho que lia romances de amor" (1989) e "A história de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar" (1996), nasceu em Ovalle, no Chile, em 1949, e faleceu a 16 de abril deste ano, em Oviedo, Espanha, aos 70 anos, na sequência de complicações provocadas pelo Covid-19, depois de ter estado, mais uma vez, no festival literário da Póvoa do Varzim.

Sepúlveda mantinha, de facto,  uma relação muito próxima com Portugal, marcando presença em quase todas as edições do festival literário Correntes d'Escritas, Póvoa do Varzim,  sendo também uma presença assídua na Feira do Livro de Lisboa, dando sessões de autógrafos onde era bem visível o carinho do público português pelos seus romances.

O seu pai era militante do Partido Comunista e proprietário de um restaurante. A mãe era enfermeira e tinha origens mapuche. Cresceu no bairro San Miguel de Santiago e estudou no Instituto Nacional, onde começou a escrever por influência de uma professora de História.
Aos 15 anos ingressou na Juventude Comunista do Chile, da qual foi expulso em 1968. Depois disso, militou no Exército de Libertação Nacional do Partido Socialista. Após os estudos secundários, ingressou na Escola de Teatro da Universidade de Chile, da qual chegou a ser diretor. Anos mais tarde, licenciou-se em Ciências da Comunicação pela Universidade de Heidelberg, na Alemanha.

Em 2016, recebeu o Prémio Eduardo Lourenço – que visa galardoar personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cooperação e da cultura ibérica –, uma honra de definiu como «uma emoção muito especial».
Para além de romancista, foi realizador, roteirista, jornalista e ativista político. Em 1970 venceu o Prémio Casa das Américas pelo seu primeiro livro, Crónicas de Pedro Nadie, e também uma bolsa de estudo de cinco anos na Universidade Lomonosov de Moscovo. No entanto, só ficaria cinco meses na capital soviética, uma vez que foi expulso da universidade por “atentado à moral proletária”. Membro ativo da Unidade Popular chilena nos anos 70, teve de abandonar o país após o golpe militar de Augusto Pinochet. Viajou e trabalhou no Brasil, Uruguai, Bolívia, Paraguai e Peru. Viveu no Equador entre os índios Shuar, participando numa missão de estudo da UNESCO. Em 1979 alistou-se nas fileiras sandinistas, na Brigada Internacional Simon Bolívar, que lutava contra a ditadura de Anastácio Somoza. Depois da vitória da revolução sandinista, trabalhou como repórter.
Em 1982 rumou a Hamburgo, movido pela sua paixão pela literatura alemã. Nos 14 anos em que lá viveu, alinhou no movimento ecologista e, enquanto correspondente da Greenpeace, atravessou os mares do mundo, entre 1983 e 1988. 

Viajou e trabalhou no Brasil, Uruguai, Paraguai e Peru. Viveu também no Equador entr os índios Shuar, participando numa missão de studo da UNESCO. Sepúlveda era, na altura, amigo de Chico Mendes, herói da defesa da Amazónia. Dedicou-lhe, aliás, o livro "O velho que lia Romances de Amor", o seu maior sucesso.

Em 1997, instalou-se em Gijón, em Espanha, na companhia da mulher, a poetisa Carmen Yáñez. Nesta cidade fundou e dirigiu o Salão do Livro Ibero-americano, destinado a promover o encontro de escritores, editores e livreiros latino-americanos com os seus homólogos europeus.
Luís Sepúlveda vendeu mais de 18 milhões de exemplares em todo o mundo e as suas obras estão traduzidas em mais de 60 idiomas.

 Da sua vasta obra – toda ela traduzida em Portugal –, destacam-se os romances O Velho que Lia Romances de Amor e História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar. Mas todos os seus livros conquistaram em todo o mundo a admiração de milhões de leitores.

Perspicaz narrador de viagens e aventureiro nos confins do mundo, Sepúlveda conciliou com sucesso o gosto pela descrição de lugares sugestivos e paisagens irreais com o desejo de contar histórias sobre o homem, através da sua experiência, dos seus sonhos, das suas esperanças. 

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Fontes: 
 

Sugestão para o Fim-De-Semana

O Poder dos Sonhos

de Luís Sepúlveda

 

"Sonhamos que é possível outro mundo e tornaremos realidade esse outro mundo possível", afirma Luis Sepúlveda, e esta não é apenas uma declaração de intenções. Como é seu hábito, o escritor chileno usa o seu talento de narrador para denunciar o estado de inquietação do país que ama e que o viu nascer, do país onde escolheu viver e do mundo inteiro em geral. O empenho cívico que o incita a acusar a veiculação de informação corrompida, a condenar "o indigno atoleiro que hoje é o Iraque", a criticar a guerra e a mostrar a sua indignação pelas vítimas da tortura ou do "friendly fire" possui a mesma profunda raiz humana com que recorda as companheiras e companheiros dos afortunados anos de Salvador Allende e com que homenageia os amigos de sempre. É portanto um forte sentimento de humanidade o que une as histórias e reflexões aqui reunidas, sempre pontuadas por uma convicta e apaixonada participação no destino dos marginalizados, dos esquecidos e das vítimas.

 

Informação retirada de:
http://www.wook.pt/product/product/id/185241

 

Crónicas do Sul

“Os mortos estorvam, as vítimas estorvam, são incomodativas, e os que clamam por justiça são mais incómodos ainda.”

 

Crónicas do Sul
Mas no silêncio que rodeia os perseguidos, há alguém como Luis Sepúlveda que não hesita em colocar a sua pena ao serviço de uma legítima demanda pela igualdade.


Nestes breves e intensos textos, escritos entre a Primavera de 2005 e Dezembro de 2006, quando Pinochet morre, Sepúlveda debruça-se sobre uma longa galeria de horrores.
A sombra do General e da sua família predadora paira ainda sobre o Chile e sobre as memórias de quem sentiu na pele a crueldade do tirano e assiste agora à sua morte. Até na civilizada França os fantasmas da intolerância serpenteiam pelas ruas e levam aos protestos dos imigrantes, provando que nenhum país tem a exclusividade da prevaricação.
Mas há sempre uma esperança de que as coisas podem mudar – encarnada pela mulher que preside agora aos destinos do Chile, Michelle Bachelet; pelos estudantes que lutam por um sistema de educação baseado na qualidade do ensino; pelos chilenos que, mesmo nas mais recônditas regiões do país, exerceram o seu direito de voto, dando provas de maturidade e civismo. Um livro em que vibra de novo a paixão implacável de um grande escritor, capaz de fazer com que a denúncia e a indignação se transformem em matéria da mais alta qualidade literária.

in Contracapa

Luís SepúlvedaLuis Sepúlveda nasceu Ovalle, no Chile, em 1949. Reside actualmente em Gijón, na Espanha, após viver entre Hamburgo e Paris.
Membro activo da Unidade Popular chilena nos anos setenta, teve de abandonar o país após o golpe militar de Pinochet.
Viajou e trabalhou no Brasil. Uruguai, Paraguai e Peru. Viveu no Equador entre os índios Shuar, participando numa missão de estudo da UNESCO. Sepúlveda era, na altura, amigo de Chico Mendes, herói da defesa da Amazónia. Dedicou a Chico Mendes O Velho que Lia Romances de Amor, o seu maior sucesso.
Perspicaz narrador de viagens e aventureiro nos confins do mundo, Sepúlveda concilia com sucesso o gosto pela descrição de lugares sugestivos e paisagens irreais com o desejo de contar histórias sobre o homem, através da sua experiência, dos seus sonhos, das suas esperanças.

in www.asa.pt

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