Morte de Fernando Pessoa Nasceu a 13 de junho de 1888
A 30 de novembro de 1935, Portugal em particular e a literatura universal em geral perdem um dos seus maiores vultos: Fernando Pessoa.
É considerado, ao lado de Luís de Camões, o maior poeta da língua portuguesa.
Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em Lisboa, a 13 de junho de 1888 mas foi educado na África do Sul, numa escola católica irlandesa, o que lhe possibilitou um domínio absoluto da língua inglesa para além do idioma materno.
Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa.
Traduziu para português obras de vários autores da literatura inglesa, nomeadamente Shakespeare e Edgar Allan Poe e verteu para inglês obras de autores portugueses, com especial destaque para António Botto e Almada Negreiros.
A sua capacidade em se desdobrar em várias entidades permitiram-lhe criar diversos heterónimos, cada um deles com a sua própria personalidade, tais como Alberto Cairo (um camponês guardador de rebanhos), Ricardo Reis (um clássico/helenista) e Álvaro de Campos (um engenheiro naval vocacionado para as tecnologias).
Nascimento de Egas Moniz Faleceu a 13 de dezembro de 1955
A 29 de novembro de 1874, nasce, em Estarreja, Avanca, Vilarinho do Bairro, António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz, que se tornaria um prestigiado médico, neurocirurgião, pesquisador, professor, político e escritor português.
Como político, Egas Moniz foi fundador do Partido Republicano Centrista. Durante o regime de Sidónio Pais foi embaixador de Portugal em Madrid (1917) e Ministro dos Negócios Estrangeiros (1918).
Como escritor, foi autor, entre outras obras de A nossa casa, Confidências de um investigador científico e Júlio Dinis e a sua obra (1924), constituindo esta última um ensaio de crítica literária. Egas Moniz também escreveu sobre pintura, tendo reunido uma coleção de pintura naturalista atualmente patente ao público na Casa-Museu Egas Moniz, em Estarreja.
Foi, porém, como neurocirurgião que obteve o seu maior sucesso, partilhando, a 27 de outubro de 1949, o Prémio Nobel da Medicina com Walter Hess (1881-1973), pela "sua descoberta do valor terapêutico da leucotomia em certas psicoses".
A leucotomia (ou lobotomia) é uma intervenção cirúrgica no cérebro em que são seccionadas as vias que ligam os lobos frontais ao tálamo (estrutura localizada no diencéfalo, entre o córtex cerebral e o mesencéfalo) e outras vias frontais associadas.
Esta técnica, utilizada no passado em casos graves de esquizofrenia, tornava os pacientes mais dóceis, passivos e fáceis de controlar e, muitas vezes, menos inteligentes.
Egas Moniz sempre defendeu o seu uso apenas em casos graves em que houvesse riscos de violência ou suicídio.
Atualmente a leucotomia tal como exemplificada por Egas Moniz já não é praticada devido aos efeitos secundários severos. No entanto, ainda hoje se praticam raramente técnicas diretamente descendentes da leucotomia original, em alguns casos de dor crónica intratável (tratamento paliativo), neurose obsessiva, ansiedade crónica ou depressão profunda prolongada.