Entre seis e dez de Dezembro, teve lugar na Escola Secundária/3 Santa Maria do Olival a Feira do Livro, dinamizada pela equipa da Biblioteca Escolar.
Foram muitos os livros que povoaram a nossa feira, desde obras literárias pertencentes a diferentes géneros – contos, romances, poesia, banda desenhada, … - bem como livros técnicos sobre arte, fotografia, pintura, ciência, entre outros.
Dos inúmeros escritores “presentes”, permitimo-nos destacar, de uma lista quase interminável, Philip Roth, Paul Auster, José Eduardo Agualusa, Mia Couto, Fernando Pessoa, José Saramago, Sophia de Mello Breyner Andresen, José Luís Peixoto, João Tordo e tantos outros.
Esta foi mais uma oportunidade que a Biblioteca, no cumprimento de um dos seus objectivos, pretendeu dar, sobretudo aos alunos da escola, de folhear, de tocar, quiçá “namorar”, mesmo que por breves momentos, este objecto tão maravilhoso e precioso que é o LIVRO.
Camões n’Os Lusíadas, e a propósito deste mesmo poema épico, diz que com ele pretendeu “dar a conhecer ao mundo novos mundos”. Ora, o LIVRO permite também ao leitor conhecer outros mundos, viver outras vidas e experiências, aventurando-se pelo vasto e apaixonante universo da leitura. Enfim, o LIVRO presenteia-nos sempre com o “palavrear”, tantas vezes delicioso, desse criador de fascínios, misto de homem e mago que é o escritor.
Hoje é o Dia dos Direitos Humanos. Esta data foi escolhida para celebrar a proclamação pela Assembleia Geral das Nações Unidas da Declaração Universal dos Direitos do Homem, no dia 10 de Dezembro de 1948. A designação deste dia comemorativo teve lugar na reunião plenária da Assembleia do dia 4 de Dezembro de 1950. Também é neste dia que habitualmente são entregues o Prémio Nobel da Paz e os prémios das Nações Unidas no campo dos direitos humanos. Na África do Sul, o dia é comemorado a 21 de Março, em memória do massacre de Sharpeville.
A Declaração Universal dos Direitos do Homem é um texto jurídico singelo, de trinta artigos, que condensa pela primeira vez na história da humanidade um conjunto de direitos, liberdades e garantias de todos os seres humanos. Ela foi posteriormente desenvolvida por outros textos, mais detalhados, destacando-se o pacto internacional de direitos civis e políticos e o pacto internacional dos direitos económicos, sociais e culturais, aprovados em 1966.
Uma cadeira vazia, uma fotografia e um dos seus textos, lido pela actriz norueguesa Liv Ulman representaram o professor de literatura de 54 anos Liu Xiaobo, na cerimónia de entrega do prémio Nobel da Paz.
Em 109 anos de história do Nobel da Paz é a segunda vez que o símbolo da cadeira vazia é utilizado para representar um laureado. A primeira foi em 1936 quando o homenageado desse ano, o pacifista Carl von Ossietzsky, se viu impossibilitado de ir recolher o Nobel, por se encontrar encarcerado num campo de concentração nazi.
Três outros laureados com o Nobel da Paz viram-se impossibilitados de comparecer á cerimónia por razões políticas. A activista birmanesa dos direitos humanos Aung San Suu Kyi, o sindicalista polaco Lech Walesa e o dissidente soviético Andrei Sakharov, mas os esposos ou outros familiares receberam o prémio em seu nome.
No caso de Liu Xiabo isso não aconteceu pois, logo que o vencedor do prémio foi anunciado, as autoridades chinesas colocaram a mulher do dissidente sob prisão domiciliária e fizeram tudo o que estava ao seu alcance para impedir que alguém viajasse até Oslo para receber o Nobel em seu nome.
Pequim não se poupou a esforços para boicotar o evento. A Amnistia Internacional diz ter relatórios de “fontes de confiança” de que os diplomatas chineses na Noruega pressionaram os residentes chineses no país para que participassem em manifestações contra o Nobel , durante a realização da cerimónia.
Bicos dos pés, silêncio que se vai ler desenhos, ouvir artista e ver a obra de arte.
A obra: Subway Life (Vida Subterrânea).
O artista: António Jorge Gonçalves.
Desenhar.
Pessoas.
Metro.
Devo confessar que há muito tempo não assistia na escola (atrevo-me até a dizer que nem mesmo fora dela!) a uma intervenção artística tão singular nem a uma apresentação da obra de arte tão clara.
Sim, foi na escola que, no decorrer da nossa feira do livro - patrocinada pela livraria Entre Livros -, tivemos o privilégio de receber o António Jorge Gonçalves e de com ele poder falar, aprender e admirar a obra e o seu percurso construtivo.
Pensada, a priori e particularmente, para os nossos alunos de artes, pois era nosso intuito (da equipa da biblioteca escolar) proporcionar-lhes um "autor" de livros que escrevesse e contasse histórias não através de palavras, mas através de desenhos, ilustrações, como eles também fazem, foi com muito agrado que verificámos que os "leigos" desta área ficaram igualmente fascinados.
Quando a livraria Entre Livros nos disse ser possível a vinda de uma pessoa com estes requisitos, ficámos não só bastante agradecidas como, obviamente, "rejubilantes". Criámos as nossas expectativas. Foram superadas.
E para aqueles que, por uma ou outra razão, não estiveram presentes, deixamos aqui um "vislumbre". Esperamos que apreciem.