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Biblioteca Escolar / Centro de Recursos da ESSMO

O importante não é onde chegas, mas o caminho que percorres.

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Citação do dia

Dia de Tomar, 1 de março

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O castelo de Tomar num desenho de José Inácio da Costa Rosa

 

Com base numa lápide existente na parede de um lanço de escada que sobe para o terraço da Charola do Convento de Cristo, os historiadores apontam para dia 1 de março de 1160 o início da construção do castelo por D. Gualdim Pais e suas tropas.

“ERA 1198 (1160, era de Cristo) REINANDO AFONSO, ILUSTRÍSSIMO REI DE PORTUGAL, GUALDIM PAIS, MESTRE DOS CAVALEIROS PORTUGUESES DO TEMPLO, COM SEUS FREIRES, COMEÇOU NO PRIMEIRO DIA DE MARÇO, A EDIFICAR ESTE CASTELO, CHAMADO TOMAR QUE, CONCLUÍDO, O REI OFERTOU A DEUS E AOS CAVALEIROS DO TEMPLO…”, lê-se na referida lápide.

Para conseguir edificar as muralhas do castelo, Gualdim Pais trouxe consigo artífices e famílias que ajudaram a povoar esta região. Ou seja a população local, por volta de 1160, era constituída por construtores e povoadores, conforme refere Carlos Trincão, autor do livro “História de Tomar para os mais novos”.

O castelo, com os seus três círculos de muralhas, terá demorado 44 anos a ser concluído, ou seja, as obras terminaram em 1204.

Um aspeto importante a referir neste monumento são as inovadoras soluções de construção do alambor e da torre de menagem, trazidas da Palestina. O autor Mário Barroca diz que o castelo de Tomar é um dos 10 melhores castelos da Europa.

As muralhas terão sido construídas entre 1160 e 1170, seguindo-se a edificação da torre de menagem, alambor e charola. Os historiadores identificam três zonas de casario na época, cuja população oscilaria entre os mil e 2 mil habitantes.

A primeira zona habitada foi a chamada Almedina, no interior do castelo e com entrada pela porta com o mesmo nome ou também conhecida como “porta do sangue”, numa alusão ao sangrento combate de 1190. Ligava à zona baixa da urbe através da Riba Fria, que corresponde em certa medida à atual avenida Cândido Madureira.

O segundo arrabalde (palavra de origem árabe), chamado de S. Martinho, estaria localizado junto à zona muralhada onde se encontram atualmente os claustros do Convento de Cristo.

Uma terceira zona habitada, segundo Ernesto Jana, ficaria na zona do Pé da Costa, um conjunto de casas entre a Riba Fria e S. Gregório.

O mesmo investigador aponta a possibilidade de existência de um quarto arrabalde, chamado da Ribeira, na zona da atual rua de S. Gião, onde começavam os Lagares del Rei.

A Corredoura (atual rua Serpa Pinto) seria a artéria de ligação do sopé da encosta ao rio Nabão.

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Tomar numa gravura do séc. XIX

Ernesto Jana refere dois registos históricos que informam a compra de uma casa na Corredoura, em 1178, por parte dos Templários. No mesmo ano D. Tomás ofereceu casas na rua de S. João aos Templários.

O historiador Amorim Rosa, nos Anais do Município, escreve que esta zona, em 1159, “estava despovoada e deserta”.

Opinião diferente têm Carlos Trincão e Ernesto Jana, para quem existia nessa época algum povoado moçárabe e pessoas a viverem de forma não organizada. Aliás, na zona onde foi edificado o castelo, já haveria restos de uma fortaleza árabe, conforme defendem os arqueólogos Carlos Batata e Sallete da Ponte.

Gualdim Pais terá aproveitado os restos dessa fortaleza para edificar o castelo Templário, conforme provam algumas pedras embutidas na torre de menagem.

Era uma “vida de construção e de sobrevivência”, conforme faz notar Carlos Trincão. Os moradores dedicavam-se à edificação do castelo e à agro-pecuária de sobrevivência familiar.

A pouco e pouco a população foi crescendo e estabilizando o que levou Gualdim Pais a conceder dois forais, o primeiro em 1162 e o segundo em 1174. São documentos que estabelecem regras jurídicas e económicas.

Com a pressão demográfica, a população tende a descer do alto da colina para o vale do rio Nabão. E é na baixa que foi construído o primeiro pelourinho, o primeiro cartório e a primeira câmara municipal. É também nesta zona que funcionavam os celeiros. O centro cívico passou a ser a praça da Ribeira onde atualmente está a rotunda Alves Redol.

Em termos urbanísticos, Tomar já na segunda metade do século XII apresentava uma malha reticular que depois foi desenvolvida no tempo do Infante D. Henrique. Aliás o arquiteto Costa Rosa, no livro “Tomar Perspetivas” publica um mapa de como seria Tomar no tempo dos Templários e nele constam as principais ruas do centro histórico da atual cidade.

Tomar - 850 anos

1 de Março

 

A cidade está de parabéns. Afinal são já 850 anos.

Poderia escrever sobre este aniversário, mas não. Remeto para textos já (bem) escritos por outros, para algumas imagens que dispensam legenda e para sítios da internet onde se poderá deliciar com a História da nossa cidade.

 

 D. Gualdim Pais

 

E que tal, agora, aprofundar, rever, relembrar alguns dos aspectos mais relevantes de TOMAR, desde a sua história ao seu património, passando por  algumas figuras marcantes? Espreitemos alguns sítios da internet da Câmara Municipal de Tomar, IPT e do IGESPAR, entre outros.

 

 

Das gentes de Tomar e das figuras tomarenses que poderia referir, saliento apenas D.Gualdim Pais, o Infante D. Henrique, Santa Iria, Fernando Lopes-Graça, Jácome Ratton, José Augusto França e Nini Ferreira. Ocorrem-me muitas mais. Mas fico por aqui.

 

Por último, faça uma visita (virtual) ao nosso Convento de Cristo, Património Mundial da UNESCO, desde 1983, deixando-se guiar pelo IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, do Ministério da Cultura).

 

Tomar

 

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