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Biblioteca Escolar / Centro de Recursos da ESSMO

O importante não é onde chegas, mas o caminho que percorres.

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O importante não é onde chegas, mas o caminho que percorres.

Citação do dia

Cruzeiro Seixas (3/12/1920 – 8/11/2020)

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Cruzeiro Seixas: O último dos surrealistas portugueses para quem o mais importante era "o desejo de liberdade".

O poeta e artista plástico Cruzeiro Seixas, que morreu no domingo, aos 99 anos, foi um dos fundadores do Surrealismo português, movimento a que sempre se manteve leal, por o considerar “único e revolucionário”, na história da arte.
 

Cruzeiro Seixas, um dos nomes fundamentais do Surrealismo em Portugal, é autor de um vasto trabalho no campo do desenho e pintura, mas também na poesia, escultura e objetos/escultura.

Em outubro tinha sido distinguido com a Medalha de Mérito Cultural, pelo “contributo incontestável para a cultura portuguesa”.

Cruzeiro Seixas, cuja obra está representada em coleções como as do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação Cupertino de Miranda, completaria cem anos a 3 de dezembro.

O artista Cruzeiro Seixas vai estar representado no próximo ano em exposições em Nova Iorque e em Paris, mas faleceu antes de poder ver as obras expostas, isolado pela pandemia, lamentou hoje a diretora da Fundação Cupertino de Miranda.

Acresce ainda dizer que:

Decano da arte portuguesa, Artur do Cruzeiro Seixas é um dos nomes incontornáveis do movimento surrealista, do qual foi um dos principais precursores em Portugal. Com um vasto trabalho nas artes plásticas e visuais, foi também um poeta prolífico. «Penso em como os génios sempre independem do tempo e se definem pelo incrível.», escreveu Valter Hugo Mãe, curador da coleção elogio da sombra, que publica a obra poética. «Nesta vasta obra se encontra um surrealismo pleno, a relação mais indomável que ao espírito humano revela sobretudo o que tem de inexplicável e, ainda assim, profundamente necessário». Para Valter Hugo Mãe, Artur do Cruzeiro Seixas «ergue a poesia como “a boca que olha”. Tão feita do improvável quanto de presciência».

Em 2020, ano em que se celebraria o seu centésimo aniversário, a coleção elogio da sombra iniciou a publicação da sua produção poética, numa recolha organizada por Isabel Meyrelles. O primeiro volume foi publicado em junho e o segundo volume, que reúne os poemas de África, chegará as livrarias no dia 3 de dezembro.

 

Fontes:

 

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/cruzeiro-seixas-obras-do-artista-vao-estar-expostas-em-nova-iorque-paris-e-londres 

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/cruzeiro-seixas-o-ultimo-dos-surrealistas-portugueses-para-quem-o-mais-importante-era-o-desejo-de-liberdade 

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/morreu-o-artista-visual-cruzeiro-seixas

https://www.portoeditora.pt/noticias/artur-do-cruzeiro-seixas-3-12-1920-8-11-2020-um-homem-do-tamanho-de-cem-anos/177245

 

Eugénio de Andrade

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Fundão, 19 de janeiro de 1923 | 

Poeta. E, como todos os poetas, nasceu! Acho que nunca morreu, nem morrerá!

Faleceu! Porto, 13 de junho de 200


HOJE ROUBEI TODAS AS ROSAS DOS JARDINS


Hoje roubei todas as rosas dos jardins
e cheguei ao pé de ti de mãos vazias.

 
É URGENTE O AMOR

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

 

PASSAMOS PELAS COISAS SEM AS VER

Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.

 

Eugénio de Andrade (1923 - 2005) desenvolve a parte mais importante da sua obra no Porto, para onde foi viver relativamente jovem por razões profissionais. Recebeu diversas distinções e prémios nacionais e internacionais.

Nasceu José Fontinhas, mas adotou o nome artístico de Eugénio de Andrade, nome pelo qual ficará conhecido. A sua vida começa no Fundão. Segue depois para Lisboa e Coimbra, antes de se fixar no Porto, como inspetor administrativo do Ministério da Saúde.

O seu primeiro livro, “Adolescente“ foi editado em 1942, mas é “As mãos e os Frutos”, em 1948, que lhe dá grande visibilidade. Escreveu sempre ao longo da sua vida e publicou dezenas de livros, participando ainda em diversas antologias.

Foi também autor de livros infantis e tradutor. Entre os autores que traduziu encontra-se Garcia Lorca. É também um dos poetas portugueses mais traduzidos.

Entre outros foi-lhe atribuído o grau de Grande Oficial da Ordem de Sant’Iago da Espada e a Grã-Cruz da Ordem de Mérito, o Prémio da Associação Internacional dos Críticos Literários, O Prémio Europeu de Poesia da Comunidade de Varchatz (da ex-Jugoslávia), o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores e o Prémio Camões.

 

Fontes:

http://ensina.rtp.pt/artigo/um-biografia-de-eugenio-de-andrade/

http://www.elfikurten.com.br/2015/05/eugenio-de-andrade.html

https://www.correiodoporto.pt/do-porto/pelo-jardim-de-eugenio-de-andrade-de-joao-de-mancelos

https://www.escritas.org/pt/eugenio-de-andrade

 

 

Guerra Junqueiro

17 de Setembro de 1850 - 7 de Julho de 1923

 

 

 

Poeta e político português, nascido em 1850, em Freixo de Espada à Cinta (Trás-os-Montes), e falecido em 1923, em Lisboa, Guerra Junqueiro é entre nós o mais vivo representante de um romantismo social panfletário, influenciado por Vítor Hugo e Voltaire. Oriundo de uma família de lavradores abastados, tradicionalista e clerical, é destinado à vida eclesiástica, chegando a frequentar o curso de Teologia entre 1866 e 1868. Licenciou-se em Direito em Coimbra, em1873, durante um período que coincidiu com o movimento de agitação ideológica em que eclodiu a Questão Coimbrã. Nessa cidade convive de perto com o poeta João Penha, em cuja revista literária, A Folha, faz a sua estreia literária. Durante a sua vida, combina as carreiras administrativa (exercendo a função de secretário dos governos civis de Angra do Heroísmo e de Viana do Castelo) e política (sendo eleito por mais de uma vez deputado pelo partido progressista) com a lavoura nas suas terras de Barca de Alva, no Douro. Nos anos oitenta, participa nas reuniões dos Vencidos da Vida, juntamente com Oliveira Martins, Ramalho Ortigão, Eça de Queirós e António Cândido, entre outros. Reage ao Ultimato inglês de 1890, com o livro de poesias Finis Patriae, altura em que se afasta ideologicamente de Oliveira Martins, confiando na República como solução para os males da sociedade portuguesa. Entre 1911 e 1914, assume o cargo de Ministro de Portugal na Suíça. Na fase final da sua vida, retira-se para a sua propriedade no Douro, assinalando-se então uma viragem na sua orientação poética, que se volta para a terra e para "os simples", como atestam as suas últimas obras: Pátria (1896), ainda satírica, mas já de inspiração saudosista e panteísta; Os Simples (1892) - um hino de louvor à terra, de uma poesia que evoca a sua infância, impregnada de saudosismo, de recordações calmas e consoladoras e onde se sente uma grande ternura pela correspondente paisagem social; Oração ao Pão (1903) e Oração à Luz (1904), estas enveredando por trilhos metafísicos.

O anticlericalismo, que em vida lhe granjeou o escândalo e a fama, o estilo arrebatado, vibrante, apoiado na formulação épica do verso alexandrino de influência huguana, contribuíram para a apreciação do crítico Moniz Barreto: "Quando se procura a fórmula do espírito de Guerra Junqueiro acha-se que ele é muito mais orador que poeta e que tem muito mais eloquência que imaginação."

Poeta panfletário, confidencial, satírico e também religioso, o seu valor foi contestado na década de 20. No entanto, os seus defensores nunca deixaram de acreditar na sua genialidade como satírico e como lírico.

 

 

Guerra Junqueiro. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. [Consult. 2014-09-17].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$guerra-junqueiro>.

 

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